domingo, 29 de maio de 2011

Hospedagem no Point do Vinho...

O espaço escolhido para visita, para observação do hospedar, foi o Point do vinho, uma casa de vinhos, localizada no Tatuapé, tratando-se de um espaço comercial, onde se tem a possibilidade de degustar bons vinhos e coolers, juntamente com porções, afim de não sair totalmente alcoolizado do local,  existindo a possibilidade de visitar o local sozinho, a dois ou com um grupo de amigos. A escolha do local para esta visita, foi de acordo com um gosto pessoal e por ser apreciadora de vinhos, conheci o local em visita anterior e resolvi observar mais atentamente esse mesmo local, afinal unir o útil ao agradável é sempre bom e valoriza o trabalho a ser realizado, pois, sempre acabamos fazendo melhor aquilo que mais gostamos, segundo informações obtidas em aula, por conta do afeto que empregamos nessa situação.
Com base no local escolhido, será possível analisar a hospitalidade, mesmo esta sendo realizada por um estabelecimento comercial,  onde em troca de lucro, oferecem a hospitalidade dentro de seus quatro tempos aos seus clientes, constituindo a troca, uma relação comum entre anfitrião e hospede.
Durante visita ao Point do Vinho, foi possível perceber a presença de profissionais de acolhimento, como por exemplo: manobrista, recepcionista, garçom e claro, a presença do gerente do local, nesse caso considerado como o anfitrião.  Em um ambiente aconchegante e tranqüilo, foi perceptível a cordialidade daqueles que atendem diretamente ao publico, com exceção do gerente, que não estava acessível no momento da visita.
Foi possível analisar que esse espaço deixa muito a desejar em relação a acessibilidade e inclusão, pois, não tem rampa de acesso , existindo uma escadaria para acesso ao local, não possui cardápio em braile, nem banheiros adaptados. Por ser um local de pouco espaço, impossibilitaria a movimentação de pessoas com problemas de mobilidade e no momento da visita, não havia nenhum atendente interprete de libras. Em resumo, o Point do Vinho não está adequado para receber pessoas portadoras de diversidades, mas, pode sem dúvida começar um trabalho nesse sentido, a fim de receber também esse público, assim como elaborar um site, para atendimento virtual e divulgação de seu espaço.
O vinho é um produto consumido em diversas partes do mundo, sendo também muito apreciado aqui no Brasil, e no Point do Vinho, pode ser apreciado em seus  sabores tradicionais (tinto, branco, suave, seco, pro seco, etc.) ou ainda, em sabores específicos, nesse caso chamados de coolers, e nos sabores morango, abacaxi ou pêssego.  Existe ainda a possibilidade do consumo de lanches, como por exemplo, x-burguer, misto quente e queijo temperado e consumo de porções, como por exemplo, salaminho, fritas, azeitonas, tabua de frios, tabua de queijos e provolone a milanesa. Admito ter estranhado a combinação desses petiscos com vinhos, talvez por uma questão cultural, onde eu acredite que vinhos sempre são excelentes acompanhamentos para massas, mas enfim, o público consome, gosta e não se importa se os alimentos se combinam ou não.
O som do local é ambiente, tocando ritmos atuais mesclados com clássicos, passando por todos os ritmos, esse som vem de caixas acústicas, que, acredito eu deveriam ser trocadas por um musico (bom) tocando ao vivo, pois ficaria mais harmonioso com a proposta do local. Antigamente, o mobiliário era rústico, sendo banquinhos em volta de grandes barris, atualmente, trocaram esses barris por mesas de madeira, que de certa forma, descaracterizaram o comércio, mas melhoraram em relação a espaço, pois cabem mais mesas do que cabiam barris. Os vinhos são servidos em taças, jarras ou em suas próprias garrafas, no caso dos vinhos famosos, como o Zagoto por exemplo, e, talheres não são necessários, somente existe uso de guardanapos, pratos, bandejas e palitos, para consumo dos petiscos.
O Point do Vinho recebe, acolhe, alimenta e hospeda todos os seus clientes. Mas, falando especificamente do hospedar,  foi possível verificar que o local hospeda também alguns eventos, como por exemplo,  comemorações de aniversários, de promoções de trabalho, reuniões de amigos para happy hours e, situações especificas, como por exemplo, um pedido de casamento.
É um ambiente freqüentado por grupos de amigos, por pessoas sozinhas, por famílias e principalmente, por casais.
O Point do Vinho poderia investir mais em aconchego, pois quando resolveram trocar os barris por mesas, perderam sua característica rústica, a partir disso, poderiam manter a decoração rústica e mobiliario mais confortável, já que é um comércio de slow food, onde as pessoas vistam para apreciar vinhos e a companhia de outras pessoas, sem a menor pressa. Esse local recebe, acolhe, alimenta e hospeda todos os seus clientes. Mas, falando especificamente do hospedar,  foi possível verificar que o local hospeda também alguns eventos, como por exemplo,  comemorações de aniversários, de promoções de trabalho, reuniões de amigos para happy hours e, situações especificas, como por exemplo, um pedido de casamento.
Resumindo a visita:  fui extremamente bem recebida e acolhida, me alimentei e bebi coolers de diversos sabores, fui bem hospedada para realização da visita técinica e me entretive com conversas entre amigos, numa situação convivial e de grande apreço pelos seres humanos: estar e fazer parte de um grupo. Com certeza, essa experiência agregou novos valores e conhecimentos, onde o Point do Vinho foi extremamente importante, ou seja, cumpriram sua “missão”: aplicar os quatro tempos da hospitalidade a fim de que o visitante retorne... e retornarei mesmo.




Simplesmente hospitalidade...

A hospitalidade é algo, de certa forma, simples em seus quatro tempos...

O receber é exatamente aquela preocupação inicial (o primeiro contato, a primeira impressão) ao acolher o visitante em sua casa.
O hospedar trata da oferta de pousada ao visitante com segurança embaixo de seu teto, o abrigo a quem vem de fora.
O alimentar faz parte deste acolhimento, onde compartilhamos o alimento e a bebida de forma a saciar a fome de nosso visitante.
O entreter seria a forma que identificamos sugestões para propor um momento agradável para o visitante em sua “casa” de maneira que possa servir de entretenimento para o mesmo. Um bom papo, um jornal, um jogo, uma TV, etc.

Em relação aos eventos, podemos verificar que existe uma relaçã entre a qualidade dos eventos e a hospitalidade oferecida nestes. O receber no evento se inicia pela qualidade se seu receptivo, onde pessoas bonitas e educadas recebem seus participantes oferecendo, com cordialidade o acolhimento no local visitado. Não podemos esquecer que a iluminação, a decoração e a música fazem parte da ambientação do evento e precisam estar de acordo com uma proposta de conforto e agradável a quem está visitando e/ou conhecendo o espaço. Em seguida passamos pelo alimentar no evento, abrangendo a  qualidade dos alimentos e bebidas, chamados usualmente de A&B, assim como toda infra estrutura  e adequação para esse momento. Por fim, a hospitalidade passa pelo entreter de seu público, uma vez que o anfitrião do evento se torna responsável pela distração e satisfação de seus “hóspedes”.

Em resumo, a hospitalidade é receber, acolher, hospedar, alimentar e entreter, da melhor forma possível, aqueles que visitam o que evento, proporcionando-lhes experiências agradáveis o suficiente para que estes sempre retornem.



Alimentar... é somente o que se pensa?

Para um melhor entendimento sobre um dos tempos da hospitalidade, o alimentar, foram realizadas três visitas técnicas, sendo estas a uma churrascaria, uma pastelaria e uma casa de vinhos. Nesses espaços foi possível observar a diferença em relação as regras de etiqueta utilizadas em cada um, na churrascaria por exemplo, haviam talheres e enxoval adequados ao tipo de serviço, enquanto que na pastelaria era necessário somente usar as mãos para se alimentar, não estando errado, pois, a cultura nos ensina que deve ser assim.
No quesito acessibilidade, todos os espaços deixaram a desejar em algum fator, alguns menos outros mais, na casa de vinhos, não havia rampas de acesso, espaço para circulação de cadeirantes e nem mesmo cardápio em braile, já na churrascaria era possível a entrada e acomodação de cadeirantes porém, os talheres não eram adequados para pessoas com dificuldade de movimento e também não havia cardápio em braile e na pastelaria por sua vez, não havia cardápio em braile e as mesas não acomodariam um cadeirante em condições adequadas, mas por o pastel ser consumido com as mãos seria fácil para alguém com problemas de mobilidade ou diversidade se alimentar.Dentre esses locais, apenas a churrascaria possui banheiro adaptado.
Em relação a recepção,  somente na casa de vinhos havia um recepcionista na entrada, nos demais locais, após entrar no estabelecimento, foi realizado o atendimento. Os anfitriões desses espaços, seriam o gerente da casa de vinhos, que não fica acessível a seus clientes, o dono da pastelaria ,que atende diretamente seu público, e o maitre da churrascaria que também não se dirigiu a seus clientes, exceto na hora de ajudar seus garçons a servir e  na hora de cobrar as contas. Em relação a cordialidade, não houve somente na churrascaria, talvez devido ao grande numero de pessoas presentes no evento, o que não é justificável. Em todos os espaços visitados, os funcionários  atendiam de acordo com a proposta de seu comércio, sem maiores transtornos.
Resumindo, foram visitas agradáveis, onde alguns locais atenderam melhor do que outros e possibilitaram um melhor entendimento sobre o tempo alimentar da hospitalidade, pois esse tempo abrange não somente o ato de se alimentar em si, mas, também, as estruturas, o atendimento, os serviços e  a qualidade oferecidos, assim como  a possibilidade de inclusão social, tão abordada atualmente. Todos precisam melhorar em alguns aspectos... Mas quem e o que nessa vida de fato é perfeito???!!
E, respondendo a pergunta do titulo: alimentar é mais do que se pensa sim, não é simplesmente oferecer alimento, é algo além disso...  muito além disso...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Hospitalidade dos Testemunhas de Jeová

Local visitado: Salão do Reino das Testemunhas de Jeová.

Apesar de todas as regras seguidas pelos freqüentadores dessa religião, e a impressão de que esta mantém uma ideologia de seguidores que não devem questionar, seus membros sabem receber bem, acolhendo aos visitantes com toda educação e respeito sem qualquer forma de preconceito, seja por etnia, classe social ou vestimenta. Durante nossa visita ao Salão do reino, pudemos perceber esse contraste, pois não esperávamos ser tão bem recebidos, inclusive devido a nossos trajes cotidianos, contrastantes com o dos irmãos presentes no recinto.
Realmente, o ato de receber e também de acolher na religião dos Testemunhas de Jeová não deixa a desejar em relação ao conceito da idéia de hospitalidade, pecando somente no que diz respeito à acessibilidade e inclusão social, problemas estes que estão sendo sanados aos poucos.
Em geral, uma visita sem maiores transtornos e, de certa forma, surpreendente, pois fomos muito melhor recebidos do que relamente esperávamos. E, em relação ao que deve ser melhorado, pode- se afirmar que nada é perfeito... 

Entretenimento num Baile de Carnaval

Evento visitado: Baile de Carnaval da Sociedade Esportiva Elite Itaquerense


O local: ambiente direcionado a festas e eventos variados, incluindo festas carnavalescas, casamentos, aniversarios, bailes da jovialidade e terceira idade, entre outros. Além destes, o local abriga também eventos esportivos e artisticos, como campeonatos de futebol, rodas de capoeira e até mesmo aulas de dança de salão, conforme pode ser visualizado em: www.eliteitaquerense.com.br.

O salão da Sociedade Esportiva Elite Itaquerense estava adequadamente decorado para o evento carnaval, proporcionando um clima colorido, festivo e alegre, onde o folião podia desprender-se do mundo externo e "curtir" o Baile de Carnaval, esperado por muitos foliões da região.
Hospitalidade: desde a entrada pelo estacionamento (sob o custo de R$5,00 o periodo de estacionamento incluido seguro) até a saída do evento, funcionarios muito cordiais e muito bem treinados em suas funções (desde a segurança até a limpeza), valores acessiveis para o evento e de acordo com a localidade (zona leste) sendo a entrada de adulto R$10,00 e infantil R$5,00 (não aceitando carteiras de estudantes).
Houve grande preocupação da segurança em revistar o público, tendo visto o tipo de evento, os exageros de quem frequenta esse tipo de evento e mesmo a localidade do salão, havendo um segurança masculino para vistoriar os homens e uma segurança feminina para vistoriar as mulheres.
Não havia chapelaria no local, mas as mesas disponiveis atendiam perfeitamente o publico presente, que vez por outra se revezava nas mesas e cuidavam de seus pertences, claro que uma chapelaria seria bem mais pratica nesse caso, para não haver preocupaçao por parte dos foliões e, claro gerar um lucro extra para o local.
Deixou a desejar em questão de acessibilidade, pois do estacionamento para a entrada do salão havia acesso para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, o que não ocorria do interior do mesmo, onde para a lanchonete haviam dois degraus e o balcão de atendimento era alto até mesmo para quem esta em pé, os banheiro de dentro do salão possuiam degraus para seu acesso e portas portas estreitas (tentaram minimizar esse problema construindo um banheiro mais "escondido", identificado com uma placa "banheiro para pessoas especiais", mas, quem não se sente especial não é??!!), o que exclui totalmente do ambiente a utilização do desenho universal.
Segundo informaçoes obtidas atraves de um funcionário do local, a Sociedade Elite Itaquerense está se "atualizando" em relação a essas deficiencias do local, pretendendo tornar o espaço um ambiente apropriado para atender as necessidades de pessoas com defiencias e mobilidade reduzida, visando inclusive atender de forma mais segura seu principal publico (a terceira idade, que frequenta o Baile Nostalgia aos finais de semana).
Para entreter o público presente, houve apresentação de banda local, tocando desde as famosas marchinhas (Mamae Eu Quero, Dinheiro, Alalaô, etc.), musicas anos 80 (Balão Magico, Trem da Alegria, Xuxa, etc.) até sucessos atuais (Thubirabiron, Liga da Justiça, Fugidinha, etc.), o que manteve o publico em constante diversão, visto que o repertorio escolhido agradava as pessoas de todas as idades ali presentes.
Ocorreu a venda, no próprio local, de confetes, serpentinas, mascaras, espuma, colar havaiano e outros materias para entretenimentos dessa tipologia.
Gratuitamente, os presentes podiam receber pinturas artisticas em seu corpo (Batman, Barbie, borboletas, flores, etc.), bastanto ficar pouco mais de 10 minutos na fila, onde os contratados conseguiram suprir as necessidades do evento sem qualquer transtorno.
Em relação a consumo (alimentar e bebidas) não havia muita opção, pois era possivel comprar para comer apenas salgadinho, hot dog ou pipoca, e, para beber, somente havia Coca-Cola, Sprite, água ou Brahma... nada de diversificação de marcas ou melhores alternativas, deixando a desejar nesse quesito, que é importantíssimo em qualquer evento.
Ao final do Baile de Carnaval, todos os presentes que estavam fantasiados, puderam desfilar com suas fantasias em meio ao publico e receber, como incentivo, um Certificado de Folião, o que agradou não só os adultos, mas também proporcionou um sentimento ainda maior de alegria as crianças...
Com base em conhecimentos adquiridos ao longo do Curso Superior de Tecnologia em Eventos, acredito que este evento, mesmo tendo atendido o publico presente e todos terem saido satisfeitos (ou quase), ainda poderia melhorar muito seus serviços e desenho universal e agregar maior publico, fidelizar seu publico atual e, consequentemente, obter um rendimento maior do que o seu atual.
Em relação a dadiva, pode ser percebida no fornecimento do Certificado de Foliao e no "brinde" da pintura corporal, ambos os presentes, tornaram aquele momento diferente, agregando afeto para os que ja gostam de folia com a concepção de lugar, pois para aquelas crianças aquele agora, é um lugar para recordar.
 Em resumo, foi um evento tranquilo, sem fugir do contexto de baile de carnaval,  não deixando seu publico descontente, pois em alguns momentos, a tradição ainda tem grande importancia...

Metrô Tatuapé X Boulervad Tatuapé

Relação entre os dois shoppings
É possivel visitá-los e perceber notoriamente as diferenças entre estes, e escolher conforme sua necessidade e/ou recurso financeiro qual a melhor opção de entretenimento entre estes, afinal, cada publico visa um fator para entreter-se. Ambos possuem pontos fortes e fracos, ficando a decisão de qual deles frequentar a encardo de cada frequentador, baseando-se particularmente em si mesmo e em suas vontades. Afinal, tempo livre é "luxo" nos dias atuais, devendo ser extremamente bem usufruido.

A Importância da Dádiva

Uma história de carícias

Neste conto, Claude Steiner, com muita sabedoria e ternura, sintetiza muitas idéias sobre Carícias.
Era uma vez, há muito tempo, um casal feliz, Antonio e Maria, com dois filhos chamados João e Lúcia. Para entender a felicidade deles, é preciso retroceder àquele tempo.
Cada pessoa, quando nascia, ganhava um saquinho de carinhos. Sempre que uma pessoa punha a mão no saquinho podia tirar um Carinho Quente. Os Carinhos Quentes faziam as pessoas sentirem-se quentes e aconchegantes, cheias de carinho. As pessoas que não recebiam Carinhos Quentes expunham-se ao perigo de pegar doença nas costas que as fazia murchar e morrer.
Era fácil receber Carinhos Quentes. Sempre que alguém os queria, bastava pedi-los. Colocando-se a mão na sacolinha surgia um Carinho do tamanho da mão de uma criança. Ao vir à luz o Carinho se expandia e se transformava num grande Carinho Quente que podia ser colocado no ombro, na cabeça, no colo da pessoa. Então, misturava-se com a pele e a pessoa se sentia toda bem.
As pessoas viviam pedindo Carinhos Quentes umas às outras e nunca havia problemas para consegui-los, pois eram dados de graça. Por isso todos eram felizes e cheios de carinhos, na maior parte do tempo.
Um dia uma bruxa má ficou brava porque as pessoas, sendo felizes, não compravam as poções e ungüentos que ela vendia. Por ser muito esperta, a bruxa inventou um plano muito malvado. Certa manhã ela chegou perto de Antonio enquanto Maria brincava com a filha e cochichou em seu ouvido: "olha Antonio, veja os carinhos que Maria está dando à Lúcia. Se ela continuar assim vai consumir todos os carinhos e não sobrará nenhum pra você".
Antonio ficou admirado e perguntou: "Quer dizer então que não é sempre que existe um Carinho Quente na sacola?"
E a bruxa respondeu: "Eles podem se acabar e você não os ganhará mais". Dizendo isso a bruxa foi embora, montada na vassoura, gargalhando muito.
Antonio ficou preocupado e começou a reparar cada vez que Maria dava um Carinho Quente para outra pessoa, pois temia perdê-los. Então começou a se queixar que Maria, de quem gostava muito, e Antonio também parou de dar carinhos aos outros, reservando-os somente para ela.
As crianças perceberam e passaram também a economizar carinhos, pois entenderam que era errado dá-los. Todos ficaram cada vez mais mesquinhos.
As pessoas do lugar começaram a sentir-se menos quente e acarinhados e algumas chegaram a morrer por falta de Carinhos Quentes. Cada vez mais gente ia à bruxa para adquirir ungüentos e poções. Mas a bruxa não queria realmente que as pessoas morressem porque se isso ocorresse, deixariam de comprar poções e ungüentos: inventou um novo plano. Todos ganhavam um saquinho que era muito parecido com o saquinho de Carinhos, porém era frio e continha Espinhos Frios. Os Espinhos Frios faziam as pessoas sentirem-se frias e espetadas, mas evitava que murchassem.
Daí para frente, sempre que alguém dizia "Eu quero um Carinho Quente", aqueles que tinham medo de perder um suprimento, respondiam: "Não posso lhe dar um Carinho Quente, mas, se você quiser, posso dar-lhe um Espinho Frio".
A situação ficou muito complicada porque, desde a vinda da bruxa havia cada vez menos Carinhos Quentes para se achar e estes se tornaram valiosíssimos. Isto fez com que as pessoas tentassem de tudo para consegui-los.
Antes da bruxa chegar as pessoas costumavam se reunir em grupos de três, quatro, cinco sem se preocuparem com quem estava dando carinho para quem. Depois que a bruxa apareceu, as pessoas começaram a se juntar aos pares, e a reservar todos seus Carinhos Quentes exclusivamente para o parceiro. Quando se esqueciam e davam um Carinho Quente para outra pessoa, logo se sentiam culpadas. As pessoas que não conseguiam encontrar parceiros generosos precisavam trabalhar muito para obter dinheiro para comprá-los.
Outras pessoas se tornavam simpáticas e recebiam muitos Carinhos Quentes sem ter de retribuí-los. Então, passavam a vendê-los aos que precisavam deles para sobreviver. Outras pessoas, ainda, pegavam os Espinhos Frios, que eram ilimitados e de graça, cobriam-nos com cobertura branquinha e estufada, fazendo-os passar por Carinhos Quentes. Eram na verdade carinhos falsos, de plástico, que causavam novas dificuldades. Por exemplo, duas pessoas se juntavam e trocavam entre si, livremente, os seu Carinhos Plásticos. Sentiam-se bem em alguns momentos mas, logo depois sentiam-se mal. Como pensavam que estavam trocando Carinhos Quentes, ficavam confusas.
A situação, portanto, ficou muito grave.
Não faz muito tempo uma mulher especial chegou ao lugar. Ela nunca tinha ouvido falar na bruxa e não se preocupava que os Carinhos Quentes acabassem. Ela os dava de graça, mesmo quando não eram pedidos. As pessoas do lugar desaprovavam sua atitude porque essa mulher dava às suas crianças a idéia de que não deviam se preocupar com que os Carinhos Quentes terminassem, e a chamavam de Pessoa Especial.
As crianças gostavam muito da Pessoa Especial porque se sentiam bem em sua presença e passaram a dar Carinhos Quentes, sempre que tinham vontade.
Os adultos ficavam muito preocupados e decidiram impor uma lei para proteger as crianças do desperdício de seus Carinhos Quentes. A lei dizia que era crime distribuir Carinhos Quentes sem uma licença. Muitas crianças, porém, apesar da lei, continuavam a trocar Carinhos Quentes sempre que tinham vontade ou que alguém os pedia. Como existiam muitas crianças parecia que elas prosseguiram seu caminho.
Ainda não sabemos dizer o que acontecerá. As forças da lei e da ordem dos adultos forçarão as crianças a parar com sua imprudência? Os adultos se juntarão à Pessoa Especial e às crianças entenderão que sempre haverá Carinhos Quentes, tantos quantos forem necessários? Lembrar-se-ão dos dias em que os Carinhos Quentes eram inesgotáveis porque eram distribuídos livremente?
Em qual dos lados você está?
O que você pensa disso?